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Leishmaniose: o que é, como prevenir e tratar?

4 minutos de leitura | Publicado em 24 de Março de 2021

A primavera chegou no passado dia 20 de março e com ela chegaram muitos parasitas para atormentar o seu cão, inclusive os que são transmissores de leishmaniose. Esta é uma das doenças mais comuns em cães e gatos que pode ser facilmente prevenida através da desparasitação. Conheça a leishmaniose, o que fazer para prevenir ou tratar a mesma. 

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Foto ShutterStock

A leishmaniose, uma doença cronica grave, é considerada endémica em Portugal Continental. Quando não é devidamente diagnosticada e tratada, pode ser fatal. O número de casos em Portugal não pode ser determinado de forma precisa porque há um grande número de animais de rua que podem estar infetados e também há os animais domésticos cujos donos não os levam ao hospital veterinário para acompanhamento do seu estado de saúde. Ainda assim, estima-se que em algumas regiões do país, um em cada dez cães pode manifestar a doença. Descubra mais detalhadamente o que é a Leishmaniose. 

O que é a Leishmaniose?

A leishmaniose é uma doença infecciosa grave provocada pelo parasita Leishmania que pode afetar não só os cães, mas também os gatos e até o ser humano, sendo considerada uma zoonose. Há dois tipos da leishamiose:

 

Leishmaniose cutânea

Também conhecida como leishmaniose tegumentar, este tipo causa inicialmente lesões na pele, principalmente nas partes do corpo com menos pelo. Na primeira fase, as feridas costumam ser pequenas, indolores, com bordas avermelhadas e um fundo granuloso, que vão aumentando lentamente de tamanho e costumam demorar a cicatrizar. Num caso mais avançado, as feridas podem surgir nas mucosas da boca, do nariz e da garganta. Apesar da leishmaniose cutânea afetar animais, ela não ocorre tão frequentemente quanto a leishmanione visceral.

Leishmaniose visceral ou calazar

 Este tipo de leishmaniose afeta os órgãos viscerais como fígado, baço, gânglios linfáticos e medula óssea. Os sintomas aparecem de forma progressiva e os mais comuns são perda de peso, aumento dos gânglios linfáticos, perda de pelo, descamação na pele, anemia, alteração ocular, renal, intestinal e articular, crescimento exagerado das unhas.

Como é transmitida a Leishmaniose?

A leishmaniose é transmitada através da picada de flebótomo, um insecto de tamanho menor que um mosquito, que não emite som e que possui uma cor que vai desde amarelo claro a castanho-escuro. Para haver a transmissão, o flebótomo fêmea precisa picar um cão (ou outros animais que sejam portadores do protozoário) e ingerir o sangue contaminado com os parasitas. Os parasitas se alojam no estômago do insecto e se reproduzem. Ao picar outro animal, os parasitas são transmitidos ao seu novo hospedeiro e disseminam a doença leishmaniose.

 Os flebótomos costumam viver em jardins, matas, caixotes de lixo, muros degradados e zonas muito húmidas e com matéria orgânica em decomposição. O risco de transmissão da leishmaniose é máximo durante os meses de abril a outubro e durante os períodos de nascer e pôr-do-sol. Além disso, os cães que vivem sempre no exterior ou na maior parte do tempo na área externa da casa e cães de pelo curto, correm maior risco de serem infetados.

Apesar da picada pelo insecto ser a maior causa de transmissão da leishmaniose, também podem ocorrer casos de contaminação por transfusão sangínea.

Quais são os tratamentos para a Leishmaniose? Existe cura?

O tratamento para leishmaniose existe mas é bastante complexo, longo, variável e dispendioso, variando consoante o estado de saúde do animal infetado. Atualmente o tratamento é feito através da administração de medicamentos via oral, que podem ser para matar o parasita ou para impedir o desenvolvimento do mesmo. 

Quando devidamente tratado, o animal consegue ter uma boa qualidade de vida, mas deve-se sempre fazer as reavalições clínicas e o tratamento recomendado pelo médico veterinário.

Recentemente, um estudo feito por um consórcio internacional cujo projeto de investigação chamado NMTryp (New Medicine for Trypanosomatidic Infections), que envolveu o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), no Porto, encontrou uma molécula capaz de tratar a leishmaniose de forma eficaz. 12 cães que tinham leishmaniose ficaram completamente curados. 

O estudo ainda é bastante recente e a fase de testes decorreu em Espanha. Ainda não há previsão de comercialização do composto, apesar de já haver negociações com a industria farmacêutica veterinária.

Como prevenir a leishmaniose?

A prevenção deve ser feita de forma combinada, através de soluções anti-parasitárias com foco em substâncias repelentes, como coleiras e pipetas, e a vacinação.

Os desparasitantes externos possuem um grande protagonismo na prevenção da leishmaniose. A coleira Scalibor é uma das mais recomendadas devido ao seu composto deltametrina, que é um potente inseticida com propriedades repelentes eficazes contra o flebótomo (de 92 a 98%, durante 12 meses). Para cães mais sensíveis a alergias, a coleira Seresto pode ser mais adequada.

As vacinas para a leishmaniose não previnem a picada do mosquito, mas evitam a progressão da doença, por isso a importância de ser utilizada de forma combinada com os repelentes. 

Comportamentos de prevenção:

  • Evite passear com o seu cão durante o nascer e o pôr-do-sol durante os meses de abril a outubro;
  • Se o seu cão passar a maior parte do tempo no exterior da casa, coloque-o para dentro nos horários de maior risco de transmissão da doença;
  • Evite deixar a casa aberta nos momentos informados anteriormente;
  • Utilize insetidas no ambiente que não coloquem em risco a saúde do seu animal;
  • Mantenha o ambiente limpo e jardim cuidados.

Lembre-se, mesmo com toda a prevenção feita, seu animal pode ser infetado. Em caso de qualquer sintoma, procure um médico veterinário o mais rápido possível. O diagnóstico precoce da leishmaniose é a forma mais eficiente de tratar e manter o seu animal com a saúde o mais estável possível.

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